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O termo “vasculite” se dá a um grupo de inúmeras doenças diferentes que têm, em comum, a inflamação da parede dos vasos sanguíneos, sejam artérias ou veias de pequeno, médio ou grande calibre.

Por causa do processo inflamatório, as paredes se tornam mais grossas e atraem células do sistema de defesa do organismo que se acumulam no interior do vaso. Essa reação pode provocar um estreitamento (estenose) que dificulta a passagem do sangue ou interrompe completamente o fluxo sanguíneo. Quando isso ocorre, os tecidos e órgãos irrigados pelos vasos inflamados deixam de receber o sangue necessário para sua sobrevivência.

Quando um vaso é afetado ainda há a possibilidade que apresente alterações em sua estrutura, como o enfraquecimento da parede, e que predispõe à formação de aneurismas e hemorragias, ou o aumento definitivo de sua espessura. Isso pode ocorrer em algumas vasculites.

As vasculites podem causar sintomas ou lesões em diferentes órgãos e sistemas do nosso corpo.

O que são as Vasculites Primárias?


As Vasculites Primárias são doenças raras, de causa pouco conhecida. O nome e a classificação das Vasculites Primárias dependem principalmente do tamanho do vaso sanguíneo que geralmente é acometido. Entre as Vasculites Primárias, diferenciam-se ainda dois grupos. No primeiro, a vasculite ocorre de forma isolada em apenas um órgão ou tecido. Neste grupo estão incluídas as vasculites isoladas do sistema nervoso central, pele, olhos, etc. No segundo grupo, as vasculites acometem simultaneamente ou sequencialmente, vários órgãos ou sistemas (Vasculites Sistêmicas). São exemplos de vasculites Sistemicas: Arterite de Takayasu e a Arterite de Células Gigantes ou Arterite Temporal (vasculites que acometem preferencialmente vasos maiores); Poliarterite Nodosa e a Doença de Kawasaki (vasculites que acometem principalmente vasos de médio calibre); Granulomatose com poliangiíte, granulomatose eosinofílica com poliangiíte, Poliangiíte Microscópica, Urticária Vasculite, Púrpura Henoch-Schönlein e Crioglobulinemia.

O que são as Vasculites Secundárias?


As Vasculites Secundárias são aquelas em que observa acometimento dos vasos, mas esse acometimento está associado a alguma outra condição que pode ter relação causal com a inflamação dos mesmos. É o caso das vasculites associadas a outras doenças auto-imunes, infecções, neoplasias, exposição a drogas, etc.

Quais são as manifestações clínicas dos pacientes com Vasculites Sistêmicas?


Pacientes com Vasculites Sistêmicas apresentam, dentro de um período de dias ou semanas, alguns sintomas gerais como febre, emagrecimento, cansaço e artralgias. Podem apresentar também sintomas que vão variar de acordo com o órgão (e tipo de vaso) acometido. O envolvimento cutâneo com formação de nódulos e livedo reticular (linhas arroxeadas na pele) é mais típico da Poliarterite Nodosa. Principalmente na Poliarterite Nodosa e na Arterite de Takayasu, pode ser observada Hipertensão Arterial importante devido ao comprometimento renal. Na Poliangeíte Microscópica o acometimento renal pode levar a perda da função e necessidade de diálise. Sinais e sintomas neurológicos são mais frequentemente observados na Poliarterite Nodosa. Também na Granilomatose com poliangiíte, o primeiro sintoma pode ser o de uma sinusopatia de repetição, mas comprometimento otorrinolaringológico é também observado principalmente na Granilomatose eosinofílica com poliangiíte. Na Arterite Temporal, o principal sintoma clínico é cefaléia de início súbito, em região temporal, às vezes acompanhada por espessamento da artéria temporal. Como podemos ver, os sintomas podem ser muito variados, e embora observemos com maior freqüência alguns tipos de sintomas em determinadas doenças, eles podem ocorrer em qualquer tipo de Vasculite Sistêmica.

Como é o tratamentos das Vasculites Sistêmicas Primárias?


No momento atual, ainda não há cura para as Vasculites Primárias. O tratamento é de longa duração e tem como objetivo controlar a doença o mais rapidamente possível (terapêutica de indução) e manter esse controle em longo prazo (terapêutica de manutenção). As consultas deverão ser freqüentes e regulares, para avaliar o controle da doença e os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos que estão sendo utilizados. O curso dessas doenças é relativamente imprevisível. A remissão pode ser duradoura, mas frequentemente é necessário tratamento de manutenção crônico. Os períodos de remissão podem ser interrompidos sem uma causa evidente.

Como é o tratamento das Vasculites Sistêmicas Secundárias?


Nas Vasculites Secundárias, o tratamento é direcionado para o fator causal associado, podendo apresentar muito boa resposta.