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Às vezes, nosso sistema imunológico sofre um equívoco. Ao invés de produzir anticorpos apenas para combater agentes nocivos, como vírus e bactérias, alguns anticorpos se ligam a componentes das nossas próprias células. No caso do FAN (fator antinuclear) o anticorpo se liga a proteínas do núcleo das células. Isso pode não ter efeito clínico algum ou ser a causa de uma inflamação. É o o nosso corpo reagindo contra si mesmo. Por isso chamamos as doenças que tem esse mecanismo de autoimunes.

Podemos então ter autoanticorpos sem ter doença, e geralmente em pequenas quantidades. É verdade: quando apresentamos uma grande quantidade de autoanticorpos isso pode indicar ou favorecer o aparecimento de uma doença autoimune. Como sabendo isso? Através do título do anticorpo, que é um número que acompanha o resultado positivo do FAN, por exemplo: 1:640 é maior que 1:80.

É muito importante: nós médicos não devemos solicitar o FAN se o paciente não tem sintomas indicativos de doenças. Mas não se preocupe se você não tem sintoma e por acaso foi feito o exame, e por acaso ele veio positivo. Em estudos na população sem sintomas encontramos 10% a 15% de FAN positivo em títulos baixos. Por isso, a simples presença de um FAN positivo não é suficiente para o diagnóstico de nenhuma doença.

Outra situação que devemos lembrar é que alguns medicamentos são causa de FAN positivo, a maioria não tem relação com sintomas. Em alguns casos pode haver sintomas, o chamado lúpus induzido por droga. Esse quadro é geralmente leve e desaparece totalmente com a retirada da medicação envolvida. Informe ao seu médico todas as receitas, medicamentos de venda livre e suplementos que você toma.

O FAN pode ser o exame inicial na investigação das doenças autoimunes, e deve ser avaliado junto com o quadro clínico do paciente. Quando o paciente tem sintomas de doença autoimune, ele ajuda muito a direcionar o diagnóstico.

Voltando ao laboratório, existem padrões de FAN. Significa que quando olhamos pelo microscópio, há imagens que representam os diferentes anticorpos do FAN. Cada um deles demonstra que o anticorpo está direcionado a uma estrutura da célula, e alguns padrões são bem específicos de doenças autoimunes. Isso ocorre com o lúpus, esclerose sistêmica, artrite reumatoide e síndrome de Sjögren. Outros são inespecíficos, os que estão presentes em pessoas assintomáticas.

O reumatologista é o médico que pode orientar a necessidade de você fazer um exame de FAN e as melhores próximas etapas para uma avaliação posterior, caso ele venha positivo.

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica e autoimune que atinge as articulações, inclusive as das mãos e dos pés.

Não temos a cura ainda, mas o tratamento pode aliviar os sintomas e manter a qualidade de vida.


Nesse sentido, alguns alimentos também podem ajudar. Isso porque alguns alimentos podem contribuir para diminuir a inflamação na artrite reumatoide.

Por isso estamos falando da importância de optar por uma dieta saudável, à base de plantas, ricas em grãos inteiros, frutas e vegetais. O teor de gorduras saturadas, sódio e alimentos processados devem ser o menor possível – basicamente uma dieta mediterrânea – azeite, frutas, legumes e pouca carne.

Além de ser uma dieta menos inflamatória, geralmente resulta na perda de peso, o que pode ser ótimo na redução da sobrecarga para as articulações, aliviando os sintomas da artrite.

Vale lembrar que alguns alimentos podem parecer que pioram os sintomas para algumas pessoas, logo podem ser eliminados ou diminuídos da dieta, mas isso deve ser feito sempre com acompanhamento do nutricionista para que não se exclua grupos de alimentos inteiros, ou grande número de alimentos, a ponto de prejudicar a absorção de nutrientes necessária para o funcionamento do corpo como um todo.

É evidente que a alimentação sozinha não tem a pretensão de substituir o tratamento médico, a dieta deve ser encarada como aliada do tratamento.

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 65 mil pessoas é diagnosticada com lúpus, e em sua maioria são mulheres. Mas por que será?

A causa do lúpus está associada a fatores hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais. Em relação a questão hormonal isso explica em parte porque as mulheres entre 15 e 40 anos são as mais afetadas do que os homens. É a faixa etária entre a primeira menstruação até a entrada na menopausa, com produção de hormônios estrogênicos.

O lúpus ainda não tem cura, mas quando se tem o diagnóstico rápido e o tratamento correto, é possível controlar a doença para que a pessoa tenha qualidade de vida. Além de medicamentos, é preciso que alguns hábitos sejam modificados, como evitar o cigarro e a exposição solar. Também é importante que a pessoa aprenda a lidar com dificuldades do dia a dia, já que as doenças autoimunes podem agravar como o estresse emocional. Acompanhamento com terapia pode ajudar, converse com o seu médico sobre isso.